Depois de se arrastar durante 2024 para fugir de um novo rebaixamento, o Grêmio tenta se livrar da terra arrasada que restou depois da passagem de Renato Portaluppi e parte para uma profunda reestruturação de grupo de jogadores e comissão técnica.
Por Alfredo Bessow
– analista político e torcedor do Grêmio
Ao longo de 2023 era perceptível a extrema limitação de Renato Portaluppi para estruturar o time do Grêmio de forma a aproveitar too o potencial e o profissionalismo de Luis Soares. O vice campeonato não foi um prêmio, mas um castigo – porque o time gaúcho perdeu o título em atuações bizarras. Luisito encobriu ali uma constatação: Renato sempre será um inigualável motivador de elencos limitados, mas jamais terá condições de organizar uma equipe.
E 2024 mostrou na plenitude esta realidade, ainda que a natureza tenha contribuído com as cheias gaúchas. Para mim, eterno saudosista do Olímpico, ficou a certeza de que jamais deveríamos ter saído de lá. Mas, um dia, tudo isto será revelado. E o ano que se encerra foi lastimável em termos esportivos, com um time se arrastando em campo, sofrendo derrotas humilhantes e sem capacidade anímica de reagir. Um time sem fibra, sem força e sem vergonha na cara. Um time desleixado onde a derrota não era mais capaz de causar indignação, mas sempre motivo de alguma piada sem graça do pseudo-treinador.
Enterrar 2024 e apagá-lo da memória, porque era um Grêmio sem alma, sem vergonha. Um time desprezível, ainda que tenhamos conquistado o Hepta.
Mas olhemos para 2025, ainda que tenhamos uma direção onde há um sentimento de terceirização de responsabilidades. São dirigentes pasteurizados, como se nem tivessem sangue nas veias.
Ao menos 2025 começa com alguma esperança: o argentino Gustavo Quinteros, que venceu o Campeonato Argentino no comando do Vélez Sarsfield neste ano. Pode não ser uma sumidade, mas ao menos traz a esperança de novos tempos.
A apresentação do argentino de 59 anos e com passagem por muitos clubes e seleções deve ser nos primeiro dias de janeiro, quando deverá indicar jogadores, sugerir planejamento e definir padrão de jogo. Tudo aquilo que falta ao Grêmio.
Lembrando, apenas, que o último treinador estrangeiro a comandar o Grêmio foi Hugo de Leon em 2005,
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